5 de set. de 2012

Namoro a distancia.



O vento forte vindo da janela do carro mostrava bem a velocidade estava o automóvel. Leandro dirigia assim normalmente, por isso Lívia nem ligou dele estar um pouco acima do nível de velocidade máximo permitido. Estavam indo para Águas de Lindóia, alguns quilômetros ao sul de Andradas, onde Lívia morava com o irmão. Leandro tinha uma loja na cidade, como era independente em relação ao dinheiro, só ao dinheiro como dizia Li, ele a tinha convidado a morar com ele, um ano atrás, deixando os pais, família e amigos em Lindóia. Mas isso não queria dizer que não pudessem visitá-los nas férias e feriados.
Lívia estava mais ansiosa para chegar e encontrar as amigas, além de encontrar Carlos. “Festa!!” Camila mandou pra ela antes de ontem: “E na cidade do Carlos...” foi uma esperança no peito de Lívia, desde que deu um fora nele no começo do ano, um fora arrependido como ela tem que lembrar as amigas, Li morre de vontade de ficar com Carlos. Dito e feito, logo que Lívia chegou à festa ela viu Carlos, que foi logo chegando nela, de um jeitinho que a conquistou.
As férias acabaram e Lívia teve que voltar para Andradas, mas isso não impedia de se comunicar com Carlos. Com internet, MSN e sms ela não passava um dia sem trocar mensagem com ele, algumas vezes era ele quem chamava e falava que estava com saudades, parecia que adivinhava os pensamentos dela.
Lívia fazia contagem regressiva para todos os feriados, sabendo que assim poderia encontrar Carlos, mas quando as amigas perguntavam se eles estavam namorando ela negava, dizia que só estavam ficando, porque afinal de contas, ele não tinha falado nada sobre namoro. Mas amigas são muito úteis, e amigas que conversam muito com um garoto especial são muito úteis, Camila que contou para Lívia que Carlos não tinha ficado com ninguém desde o lance das férias, o coração de Li estava se enchendo de esperanças.
Só que as coisas começaram a ficar tensas depois de uma festa. Não era pra ter saído do controle, mas Lívia decidiu beber um pouquinho a mais nesse fim de semana. Uma vodka aqui, uma batidinha ali e várias margueritas a fizeram ligar pra Carlos, as palavras de Lívia não saíram direito, mas ele percebeu que ela estava em uma festa, bêbada. Aline levou a amiga pra casa e cuidou dela, porque esbarrar com Leandro daquele jeito Lívia não podia. No outro dia a dor de cabeça latejante que estava na cabeça não deixava Li lembrar claramente do que tinha acontecido, ela se lembrava de ter pegado o celular e ligado pra Carlos, mas o que ela disse só Deus sabia.
As coisas ficaram meio complicadas, Carlos se tocou que ele não poderia saber se ela tinha ficado com alguém, tomando assim uma decisão, acabar com um namoro que nem tinha começado.
Lívia não sabia o que fazer quando recebeu a mensagem de Carlos dizendo que era melhor serem livres, porque não dava pra ter um relacionamento sério por enquanto e ele queria sair com os amigos o que não estava fazendo desde o inicio de seu “namoro”. “A única coisa a fazer...”, pensou ela, ”... é aceitar”. Deitou na cama e em meio aos fios cabelos negros que tinha deixou algumas lágrimas rolarem.
Os pensamentos não deixaram Carlos em paz, queria ficar com ela, ele gostava dela, mas seria tão mais fácil se ela morasse pertinho dele onde ele poderia vigiá-la. Só que ela não iria mudar, continuaria morando a 117 km de lonjura dele. Mas pensar que ela está livre para ficar com qualquer um era o pior pensamento que ele tinha, mas era um pensamento que o atormentava constantemente. Pelo menos até na terça-feira...
Li tinha acabado de fazer prova, estava voltando para a sala de aula quando várias lembranças de Carlos vieram a sua cabeça. Ela sentia vontade de chorar, mas seu orgulho era mais forte, pelo menos em meio aos amigos. Mas alguns pensamentos a estavam atormentando: “Se ele dizia que gostava de mim, por que terminou comigo?”. A dúvida preenchia sua mente durante a maior parte das aulas, isso precisava sair. A decisão foi tomada, falar logo com Carlos. Ela pensou em vários modos de perguntar pra se estava mentindo esse último mês inteiro.
Assim que conseguiu, ela ligou pra ele:
- Carlos?
- Oi Li!- a voz dele estava normal, talvez isso fosse porque ele estava feliz com outra menina e fazendo... Ah, ela tinha que parar com isso, e tentou continuar a conversa como se não tivesse uma bagunça em seu cérebro.
- Eu preciso falar um negócio com você... Você mentiu pra mim? – Entendam que se ela enrolasse não ia conseguir falar.
- O-o quê?
- Olha eu sei que a gente mora longe e tudo o mais mas você disse que gostava de mim e depois termina comigo ai eu não sei o que pensar e me parece que você mentiu o tempo...
- LI! Lívia, calma...
- Desculpa, mas é que parece que era mentira...- suas próprias palavras estavam fazendo seus olhos lacrimejarem
- Lí, o que é isso? Eu nunca menti pra você... Lívia?
- Oi. – sua voz estava embargada, declarando claramente que estava pronta para deixar as lágrimas fluírem por seu rosto.
- Quer namorar comigo? – Lívia não acreditou quando ouviu essas palavras como Carlos não acreditou que foi tão simples dize-las. A alegria encontrada em Lívia era tão grande que ela estava prestes a pular na cama até ir parar no andar de baixo do prédio.
- Você ta falando sério?
- Nunca falei mais sério, olha, eu não queria terminar com você, só estava confuso, então... Topa? – Ele tava de brincadeira, né?
- TOPO, CLARO QUE TOPO, você não imagina como eu topo!!! – ela começou a dar pulinhos de felicidade em seu quarto. E Carlos estava com um sorriso tão grande no outro lado do telefone que mal podia se segurar.

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